Governo argentino se prepara para lançar ‘dolar milho’ e irrita empresários do agro

O governo do presidente argentino Alberto Fernández segue apostando na ‘criação de moedas específicas’ para estabelecer um câmbio exclusivo na compra e venda de seus produtos agrícolas.

Primeiro, foi o ‘dólar soja’, já utilizado em três rodadas de negociação. E, agora, vem aí o ‘dolar milho’, apelido dado ao ‘Maiz Dollar’, que deve ser apresentado, nos próximos dias, pelas autoridades econômicas do pais portenho.

A nova ‘moeda’ seria utilizada para a comercialização internacional das chamadas ‘economias regionais’, que incluem, além do próprio milho, as sementes de girassol, o sorgo e a cevada.

Segundo o ministro da economia da Argentina, Sergio Massa, o ‘Maiz Dollar’ abriria com uma cotação de 300 pesos por um dólar americano, como o primeiro ‘dolar soja’, mas poderá chegar a 350 pesos, fixados com validade até 31 de agosto.

Mas as ‘várias moedas’ criadas por Fernández está deixando os empresários do agronegócio descontentes. No câmbio tradicional, de acordo com a cotação de sexta-feira (21), o dólar estava valendo 529 pesos. Já o ‘dólar soja’ perdeu valor e valia apenas 270 pesos.

Segundo eles, o estímulo inicial do novo câmbio vai por água abaixo, quando se dão conta de que o governo utiliza-se de subterfúgios para tentar arrecadar divisas para saldar dívidas contraídas.

Tanto que nesta nova rodada de negociações do ‘Maiz Dollar’ o objetivo da Casa Rosada é arrecadar pelo menos US$ 2 bilhões.

"Sistemas transitórios geram muitas distorções e prejudicam a exportação e, na sequência, todas as demais cadeias de valor. Entendemos que a Argentina atravessa uma realidade macroeconômica muito complexa e difícil, mas o melhor é tratar de trazer esforços que possam garantir uma normalização das condições de mercado", lamentou Gustavo Idígoras, presidente da Câmara da Indústria de Óleos da República Argentina (Ciara) e do Centro Exportador de Cereais (CEC).

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Fonte: La Nacion