Fim de Acordo do Mar Negro pode provocar novo pico no preço dos alimentos e impactar 400 milhões de pessoas


O governo da Ucrânia reclamou, nesta terça-feira (18), que o fim do Acordo do Mar Negro com a Rússia pode "colocar em risco a vida de 400 milhões de pessoas" que dependem das exportações de grãos.
O presidente russo Vladmir Putin, que está em guerra com o país vizinho desde fevereiro de 2022, resolveu retirar-se do acordo depois de esperar por mais de um ano que a Organização das Nações Unidas (ONU) facilitasse a comercialização internacional dos produtos agrícolas do Kremlin. Como a negociação não vingou, Moscou suspendeu o tráfego seguro dos grãos ucranianos.
Kiev se manifestou sobre a decisão e disse que Putin planeja "matar o Ocidente de fome".
Mas, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, criticou o silêncio da ONU em ajudar o Kremlin e disse que, tão logo seu país também seja beneficiado, o acordo volta a ser validado.
- Infelizmente, a parte desses acordos do Mar Negro em relação à Rússia não foi implementada até agora, então seu efeito foi encerrado. Assim que a parte russa dos acordos for cumprida, o lado russo retornará à implementação deste acordo, imediatamente - explicou Peskov.
O último navio ucraniano deixou o país no domingo (16). Sob o acordo, que foi negociado em julho de 2022, a Ucrânia conseguiu trafegar quase 33 milhões de toneladas métricas de trigo, milho e outros grãos. Porém, as exportações russas não foram beneficiadas o que deixou Putin descontente com a espera.
Por causa do conflito entre as nações, a produção de grãos da Ucrânia despencou de 91,5 milhões de toneladas antes da guerra, para 69,2 milhões de toneladas (projeção para a safra 2023/2024).
Já as exportações de trigo, por exemplo, recuaram de 21 milhões de toneladas para 10,5 milhões de toneladas (ciclo 2023/2024). E os embarques de milho reduziram de 30 milhões de toneladas para 19 milhões de toneladas (safra 2023/2024).
Quem se favoreceu com as reduções de Kiev foi o Brasil que exportou mais milho, uma necessidade entre os produtores nacionais que já não têm onde armazenar o estoque sempre crescente, e embarcou carne de frango à vontade; visto que a Ucrânia, uma supridora do mercado europeu, está impossibilitada de manter os contratos.
Siga as nossas redes sociais:
Siga o Jornal do Agro Online no Telegram e receba diariamente as principais notícias do Agro:
https://t.me/jornaldoagroonline
Curta nossa página no Facebook:
https://www.facebook.com/profile.php?id=100090837996028
Instagram: https://www.instagram.com/jornaldoagroonline/
TikTok: tiktok.com/@jornaldoagroonline