Cerca de 90% da lagosta pescada no Brasil é exportada para China e EUA

A lagosta, um dos alimentos marinhos mais apreciados e saborosos do planeta, tem alta relevância para a economia brasileira. É que os pescadores chegam a arrecadar umas centenas de milhões de dólares anuais pela venda desses crustáceos, principalmente para a China e os Estados Unidos, que são os principais compradores.

Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura (MAP), há, no entanto, um grande problema nessas exportações: os produtos vêm - em sua maioria - da pesca ilegal nos mares.

A atividade é desenvolvida, principalmente, no Ceará e no Rio Grande do Norte e, por lá, há, aproximadamente, 12 mil pescadores artesanais licenciados. Porém, entidades ligadas ao Meio Ambiente dizem que o número de pescadores é muito maior em virtude do montante exportado.

- Em muitos casos, o atravessador coloca a produção de vários pescadores ilegais dentro da nota fiscal de um pescador autorizado. Se alguém checasse, veria que aquele pescador artesanal não tem capacidade de capturar todo aquele volume da nota. Precisaria ter um controle automático como se tem na malha fina da Receita Federal com integração entre sistemas e alertas em casos de irregularidades - explica Martin Dias, diretor-científico da Oceana, ONG ligada à proteção dos mares.

A pesca da lagosta, feita com mergulho e compressor, ainda é considerada ilegal, mas é usada há mais de 20 anos por boa parte dos pescadores e de gerações que aprenderam o ofício dessa forma. 

Pela legislação, o único equipamento permitido para a pesca é o manzuá ou covo, uma espécie de gaiola-armadilha artesanal com varas finas que os pescadores lançam a partir de 4 milhas náuticas (7,2 km da praia) e recolhem várias vezes durante a pescaria. O problema é que os animais com menos de 13 cm conseguem fugir da armaldilha e horas de trabalho são perdidas.

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