CPI do MST mira em Rui Costa, omissão do governo estadual, invasões na Bahia e até em "banco da esquerda"
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, embora não tenha conseguido emplacar a votação do requerimento para convocar o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, para depor no colegiado; promete manter a pressão contra o ex-governador da Bahia.
O requerimento para convocação do petista ficou para ser votado somente em agosto, após o recesso parlamentar. Mas, ainda assim, a ida dele à comissão é muito aguardada porque a Bahia é um dos estados que mais sofreu com as invasões do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) nos primeiros cinco meses de Governo Lula (PT). A situação ficou tão crítica para o agricultor por lá que eles tiveram que se organizar em um grupo chamado "Invasão Zero" para impedir que o movimento social ligado à esquerda ocupasse propriedades rurais; já que a polícia alegava não poder atuar nos casos.
Esse, inclusive, é um dos motivos pelos quais os convites para o Secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner, e o comandante da Polícia Militar da Bahia, Paulo José Reis de Azevedo Coutinho, foram aprovados. Rui Costa, que foi governador da Bahia entre 2015 e 2022, deve ser ouvido entre agosto e setembro, antes do colegiado findar os trabalhos.
Segundo o relator, o deputado e ex-Ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro (PL), Ricardo Salles (PL-SP), a convocação de Rui Costa e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, são justificadas porque a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estaria monitorando a atividade de grupos sem-terra pelo Brasil. No Governo Lula, o órgão já esteve subordinado tanto ao GSI quanto à Casa Civil.
Como uma das metas da CPI é identificar a origem dos valores milionários que o MST movimenta e investe nas invasões, a comissão aprovou o pedido de informações e documentos ao Banco Central sobre o "LeftBank", uma instituição financeira autointitulada como "banco da esquerda", fundado pelo advogado Daniel Gonçalves, o contador e administrador Volnei de Borba Gomes e o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) que, hoje, é o diretor-geral da instituição financeira.
Mônica Valente, mulher do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e atual secretária-executiva do Foro de São Paulo, também deverá ser convocada para prestar esclarecimentos.
Veja a lista de requerimentos aprovados:
Convite a Gilberto Cattani, deputado Estadual de Mato Grosso;
Convite a Paulo José Reis de Azevedo Coutinho, comandante da PMBA;
Convite a Marcelo Werner, secretário de Segurança Pública da Bahia;
Convite a Joviniano José Rodrigues e Noemia José dos Santos, assentados na fazenda Palmeiras em Goiás;
Convite a Cintia Zaira Messias Lima, da Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente, e a Roberto Eiji Sakaguti, auditor agroambiental, ambos do Tribunal de Contas da União (TCU);
Convite a Rodinei Candeias, procurador do Rio Grande do Sul;
Convocação na condição de testemunha de João Henrique Wetteter Bernanre, da Controladoria Geral da União (CGU);
Convocação a Marco Antônio Baratto Ribeiro da Silva;
Convocação de ex-dirigentes da Chrehnor Sarandi;
Pedido de informações à empresa Suzano sobre supostas invasões promovidas pelo MST na Bahia e no Espírito Santo;
Pedido de informações ao presidente do Banco Central da remesa de documentos referentes à instituição financeira LeftBank Serviços Financeiros e Crédito Ltda.;
Pedido de informações a Paulo José Reis de Azevedo Coutinho, comandante da PMBA, sobre invasões de terra na Bahia;
Pedido de informaçãoes a Marcelo Werner, secretário de Segurança Pública da Bahia, sobre invasões de terra no estado;
Compartilhamento de dados sobre investigações judiciais em Quedas do Iguaçu (PR);
Requisição de servidores de órgãos externos à Câmara dos Deputados;
Requisição à Controladoria-Geral da União de compartilhamento de relatórios de auditoria;
Requisição ao presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Cesar Fernando Schiavon Aldrighi, sobre processos administrativos de criação de projetos de assentamento;
Requisição à delegacia da Polícia Federal em Porto Seguro (BA), Polícia Civil da Bahia e ao Ministério Público da Comarca de Prado (BA) das a~çoes de investigação, inquéritos, processos, dados e documentos;
Pedido de informações à Prefeitura de Juiz de Fora quanto a contratação de cooperativa para fornecimento de arroz orgânico;
Requisição à Prefeitura da Cidade de Juiz de Fora (MG) da cópia integral do procedimento que levou à aquisição de arroz orgânico do MST pelo preço acima do valor de mercado.
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Fonte: Estadão