Mato Grosso comercializa milho em patamares bem inferiores do que o último ciclo
Mato Grosso, o estado onde o agronegócio do Brasil é mais forte, está negociando milho em índices menores do que os patamares da última safra.
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), os produtores do estado já negociaram 53,47% da safra 2022/2023 até o momento. O problema é que esse volume está 10,10 pontos percentuais menores do que o ciclo passado.
O Imea destacou que os agricultores até aumentaram o montante de vendas no último mês em 8,87 pontos percentuais, mas afirma que isso só ocorreu porque os produtores precisavam de armazéns vazios para depositar o resto da colheita que continua avançando.
Enquanto a safra 2022/23 tem sido vendida a R$ 36,05 a saca, com queda de 2,40%, o ciclo de 23/24 reajustou em 0,96 pontos percentuais.
Por causa do tombo, o VBP do milho no MT despencou 12,79% em comparação à ultima estimativa, saindo de R$ 44,15 bilhões para R$ 38,51 bi.
Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), deve ser registrada no atual ciclo uma queda de receita de aproximadamente R$ 3 mil por hectare.
- Quando a gente pega e faz uma conta simples, considerando a média de Mato Grosso do ano passado com o preço de venda desse ano, saem do mercado R$ 3 mil por hectare só no milho. Esse dinheiro não sai do bolso do produtor. Esse dinheiro sai do comércio, do estado. Então, invariavelmente quando a agricultura, a pecuária, a agropecuária entram em crise num estado que é essencialmente produtor, num país que a base da economia é agropecuária, toda a população está envolvida de maneira direta em tudo isso - explicou Fernando Cadore, presidente da Aprosoja-MT.
Até maio, de acordo com o Imea, a comercialização do milho, havia tido o menor percentual de venda antecipada, 44,61%, dos últimos cinco anos.
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