O clima seco favorável para algumas culturas e colheitas na Argentina beneficia umas atividades, mas prejudica outras.
Os grãos de inverno, por exemplo, sofrem com as estiagens e temperaturas acima do normal.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a seca já atinge quase todas as principais áreas agrícolas do país.
Chuva mesmo só na capital, Buenos Aires, e no nordeste, mas, ainda assim, bem leve.
Há três anos consecutivos, a Argentina bate recorde de falta de chuvas. Situação que se agrava mais porque está combinada a fortes ondas de calor e geadas fora de época. A seca histórica agrava a crise econômica enfrentada pelo governo do peronista Alberto Fernández e deverá ser o tema central das eleições de outubro.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) disse que as preciptações começaram a sumir em 2020, durante o fenômeno La Niña que provocou um resfriamento maciço das temperaturas do oceano Pacífico e só terminou em março deste ano. Por causa disso, houve um longo período de estiagem em toda a parte inferior da América do Sul, incluindo o Sul do Brasil.
O problema é tão gigantesco que as áreas afetadas equivalem a quase todo o Nordeste brasileiro. A falta de água é especialmente dura na "zona núcleo", a divisa fértil entre as províncias de Buenos Aires, Santa Fé e Córdoba.
A produção agrícola da Argentina recuou tanto que a soja, que era a 3º maior plantação da leguminosa do mundo, recuou tanto que ficou em níveis menores que o estado do Mato Grosso sozinho. Parte da pouca colheita do grão tem servido de alimento para os bois, que também estão sem pasto.
Mais de 21 milhões de cabeças de gado podem morrer de fome ou sede, de acordo com relatório de março da Direção Nacional de Emergência e Risco Agropecuário.
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