O que acontece com o agronegócio brasileiro se a China "quebrar"?
A China, uma das maiores potências do mundo, apresenta sinais de fragilidade em sua economia e vive uma desaceleração momentânea.
É certo que a China foi a primeira nação do mundo a se recuperar dos impactos desastrosos da Covid-19 que, por sinal, teve início por lá também. Mas, desde a pandemia, a recuperação do país tem esfriado e sido menos intensa do que o esperado.
O que pesou contra o país foi a política de tolerância zero ao coronavírus, as medidas de restrição à mobilidade e os lockdowns multiplicados por todas as cidades. Soma-se a esse tombo, projeto de diminuição das emissões de carbono que pressionou as indústrias nacionais já bastante afetadas pelas limitações no trabalho.
Em agosto de 2021, por exemplo, a atividade econômica chinesa registrou retração pela primeira vez em 16 meses, com os preços sendo rebaixados para o consumidor, mas aumentando para o produtor. E o elevado preço dos insumos impossibilitou muitas empresas de continuar no mercado, ao mesmo tempo que restringiu o desempenho daquelas que lutavam para continuar no páreo.
O desfecho dessa longa jornada foi óbvio: o gigante asiático teve o percentual de crescimento econômico reduzido a 5,2%, enquanto o país passa por um momento delicado: 20,8% dos jovens entre 18 e 24 anos estão desempregados.
Com a economia em alerta, o setor imobiliário parado e endividamento perturbador da população, o resultado não poderia ser outro: queda no consumo do país.
Essa consequência se reverbera pelas nações das quais a China compra muito. O Brasil é um caso. Boa parte dos produtos agrícolas cultivados aqui vai para a China.
Cerca de 40% de tudo o que produzimos é exportado para a nação de Xi Jinping e o crescimento contido do país preocupa os agricultores brasileiros.
Além do recuo na economia chinesa, os produtores brasileiros deveriam se preparar para uma quebra repentina de envios ao país asiático; uma vez que a China tem procurado novos fornecedores no planeta.
- Nada contra as vendas para a China, mas não é saudável que você tenha um cliente que compre 40% do seu volume de produção - destacou o ex-presidente da John Deere no Brasil, paulo Herrmann.
Enquanto a solução não chega, os agricultores brasileiros seguem comercializando as safras repetidamente com a China e rezam para que os contratos futuros não sejam prejudicados.
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