Membros do PCC e do CV usam áreas indígenas para se esconder da polícia

Há quase uma década, líderes e integrantes de facções criminosas - como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) - descobriram que é muito mais vantagem; ao invés de fugir para outras cidades onde as polícias mantém contato, se esconder em áreas indígenas e quilombolas da região amazônica.

Isso mesmo! A criminalidade aposta em reservas enormes, remotas, longe de autoridades e demais "curiosos" para administrar o tráfico, identificar novas rotas, se esconder por tempo indeterminado, explorar a mão-de-obra local, evitar fiscalizações e praticar crimes ambientais. O fenômeno, segundo um funcionário da Abin, é chamado de "Neo-pistolagem".

As informações foram apresentadas por pesquisadores e representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ministério dos Povos Indígenas, Ministério Público dos estados da região e Polícia Civil do Pará, durante o 17º Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, encerrado em Belém, na quinta-feira (22).

Levantamento da Universidade Estadual do Pará (UEPA) indica que o estado governado por Helder Barbalho (MDB) tem, pelo menos, 42 cidades dominadas pelo narcotráfico.

O Comando Vermelho, por exemplo, sozinho, aprisionou 39 áreas quilombolas paraenses e o Ministério Público foi mais longe: afirma que há 11 mil integrantes do CV no Pará.

- Querem escoar a produção de droga da Bolívia, Peru e Colômbia - explica o promotor Bruno Rodrigues.

A polícia paraense estima que, somente de janeiro a junho de 2023, apreendeu 2,05 toneladas de cocaína em rios, mares, igarapés, portos, marinas e atracadouros. A quantidade disparou nos primeiros meses de Governo Lula (PT) porque, em 2022, os agentes flagraram apenas 153,2 kg de cocaína transitando durante todo o ano. 

- Eles entram no território, vendem drogas nas festas, usam drogas na beira do igarapé, entram armados dizendo que vão caçar e se escondem da polícia no quilombo - lamenta o geógrafo e pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA), Aiala Couto.

Enquanto o Estado insiste em manter a Floresta Amazônica de pé e barrar o Marco Temporal das Terras Indígenas para criar novas reservas, a bandidagem se multiplica no Norte do Brasil; sabendo que as copas das árvores imensas e as intermináveis rotas terrestres e fluviais poderão esconder o "ninho de ratos" em que se tornou parte do país.

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