MST acusa governo de inflar números da reforma agrária


Brasília – Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) criticam o governo federal por divulgar dados considerados irreais sobre a criação de assentamentos. Segundo o movimento, áreas anunciadas como regularizadas continuam sem qualquer avanço jurídico ou estrutural.
Um dos principais alvos das críticas é o caso do acampamento Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais, visitado pelo presidente no início de março. Apesar do decreto de desapropriação já ter sido assinado, o processo segue parado, sem definição fundiária nem liberação de crédito rural para os trabalhadores da área.
O movimento também aponta que há um esforço de maquiagem nos números apresentados oficialmente, com terrenos ainda em fase de disputa judicial sendo contabilizados como entregues. A acusação é de que isso distorce a real situação da reforma agrária no país.
Representantes do governo alegam que há trâmites técnicos em andamento e que a entrega das áreas depende da finalização de etapas cartoriais e judiciais. Mesmo com a liberação tardia do orçamento federal neste ano, o Ministério do Desenvolvimento Agrário projeta criar 30 mil assentamentos até o fim de 2025 e atingir 60 mil até 2026.
No fim de maio, representantes do MST levaram as críticas diretamente ao presidente da República durante evento oficial. O clima foi de cobrança, com alertas sobre possíveis novas mobilizações caso não haja avanços concretos.
Impacto direto no campo
A indefinição jurídica e a morosidade nos processos de desapropriação têm reflexos diretos para as famílias acampadas, que ficam impedidas de acessar crédito rural, programas de incentivo à agricultura familiar e políticas públicas essenciais para garantir produção e renda.
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