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Produtores gaúchos seguem mobilizados por securitização das dívidas rurais

As mobilizações de produtores rurais no Rio Grande do Sul chegaram ao vigésimo dia nesta semana, marcando um período de pressão contínua sobre o governo federal. Agricultores seguem concentrados em diferentes regiões do estado, exigindo uma resposta urgente para o endividamento acumulado nas últimas quatro safras, diretamente impactadas por adversidades climáticas.

Na sexta-feira (30), os protestos ganharam força com bloqueios parciais em pelo menos 45 pontos de rodovias estratégicas, como a BR-116, entre Porto Alegre e Pelotas, a BR-290, que liga o centro do estado à fronteira, além de municípios produtores como Cruz Alta e Tio Hugo. Os bloqueios, realizados por alguns minutos, têm o objetivo de chamar atenção para a gravidade da situação financeira enfrentada pelo setor.

A principal reivindicação é a securitização das dívidas, mecanismo que permitiria o alongamento dos prazos de pagamento e a reabilitação do crédito rural, viabilizando o plantio da próxima safra. Em Cacequi, na Fronteira Oeste, produtores organizaram uma horta simbólica no acampamento para sinalizar que permanecerão mobilizados até que sejam ouvidos.

“O governo não vai agir se não houver pressão”, afirma o produtor rural Lucas Scheffer, que participa das mobilizações. A percepção é compartilhada por diversos representantes do setor, que apontam a ausência de soluções concretas como fator de descontentamento e instabilidade.

A sequência de quatro safras com perdas — três marcadas por estiagens severas e uma por excesso de chuvas — agravou o cenário, conforme relata o produtor Isidoro Marangoni. Já a produtora Manuela Zanini destaca que os manifestantes estão determinados a permanecer até que medidas efetivas sejam adotadas.

A expectativa é de que, no dia 16 de junho, o movimento avance até Porto Alegre, com a previsão de um acampamento de produtores e máquinas agrícolas em frente ao Palácio Piratini. A medida responde à recente resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), considerada insuficiente por não contemplar a maioria dos agricultores endividados nas regras de renegociação.

“O produtor quer pagar o que deve. Só precisa de prazo e condições reais”, declarou Carlos Malheiros, presidente do Sindicato Rural de Santiago (RS). A mobilização também tem recebido apoio de fora do estado. Clodoaldo Calegari, presidente da Aprosoja Goiás, manifestou solidariedade ao movimento gaúcho e defendeu a securitização como alternativa legal e viável para recuperar a capacidade de produção no campo.

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