
Os consultores de agronegócio da AgResource comunicaram nesta quarta-feira (14) que, caso Estados Unidos e China não resolvam a disputa comercial, as exportações de soja dos EUA podem cair 20% e os preços pagos aos agricultores despencarão. A disputa limita o acesso da soja americana ao seu principal mercado.
A trégua temporária na guerra comercial entre os EUA e a China, anunciada na segunda-feira (12), não ajudaria os agricultores americanos a reavivar as vendas de soja na China, uma vez que as tarifas chinesas, mesmo reduzidas de 145% para 10%, continuaram muito altas para tornar a soja dos EUA competitiva, disse o presidente da AgResource, Dan Basse, à Reuters.
As exportações de soja dos EUA podem cair para 1,5 bilhão de bushels em relação a uma estimativa inicial de 1,865 bilhão sem um acordo substancial, disse Basse nos bastidores da conferência GrainCom em Genebra.
Ao mesmo tempo, os futuros de soja dos EUA na bolsa de Chicago podem cair para até US$9 (R$50,40) por bushel, em comparação com os US$10,6 (R$59,36) por bushel negociados nesta quarta-feira (14), disse Basse.
“É importante que qualquer acordo comercial entre os EUA e a China aconteça até o final do verão ou a previsão de exportação se tornará realidade, pressionando a renda agrícola dos EUA. O tempo está correndo”, disse ele.
Por outro lado, se um acordo trouxesse as tarifas de volta ao nível anterior, os preços da soja poderiam subir para até US$13 (R$72,80) por bushel, acrescentou.
“A trégua ajuda, mas o Brasil terá um adicional de 20 milhões de toneladas de soja para exportar em 1º de setembro”, disse Basse.
A China tem sido um mercado crítico para os agricultores dos EUA, representando mais da metade das exportações de soja dos EUA no ano comercial mais recente.
No entanto, agricultores americanos temem que a pausa nas tarifas não seja suficiente para ajudar, uma vez que o Brasil, maior fornecedor de soja para a China, tem ampla oferta devido a uma safra recorde, preços mais baixos e seus agricultores não enfrentam tarifas chinesas.
A China, maior importador mundial de grãos, já obtém cerca de 70% de suas importações de soja do Brasil.
Análise para o Produtor Rural Brasileiro
Para o produtor rural brasileiro, a situação representa uma oportunidade significativa. Com a China buscando alternativas à soja americana, o Brasil se consolida como principal fornecedor, podendo ampliar sua participação no mercado chinês. No entanto, é fundamental que os agricultores brasileiros estejam atentos às exigências de qualidade e sustentabilidade do mercado internacional, além de monitorar as flutuações cambiais e logísticas que possam impactar a competitividade das exportações.
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