EUA lideram importação de café brasileiro no início de 2025, mas tarifas preocupam setor


Nos dois primeiros meses de 2025, os Estados Unidos foram o principal destino do café exportado pelo Brasil. Entretanto, a aplicação de uma tarifa de 10% sobre a importação do produto brasileiro levanta preocupações quanto ao impacto no fluxo comercial e no consumidor norte-americano.
Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apontam que, no primeiro bimestre deste ano, o Brasil exportou 1,2 milhão de sacas de café para os EUA, gerando uma receita de US$ 423,8 milhões.
Segundo Laércio Ulliana, conselheiro do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), outros países exportadores também enfrentarão tarifas semelhantes ou até mais elevadas. A Colômbia, por exemplo, terá a mesma taxa de 10%, enquanto o Vietnã e a Indonésia serão taxados em 46% e 32%, respectivamente.
“Nesse contexto, o Brasil pode até ganhar competitividade, já que concorrentes diretos enfrentam tributações maiores. Isso pode ser um fator positivo para o agronegócio brasileiro”, avalia Ulliana.
Por outro lado, Marcos Matos, diretor do Cecafé, pondera que o impacto da tarifa sobre o consumo nos EUA gera incertezas. “Com inflação e aumento do custo para os consumidores americanos, há um receio de redução na demanda. Isso não é positivo para ninguém”, explica.
Embora o governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, defenda as tarifas como incentivo à produção nacional, especialistas consideram improvável que o país alcance autossuficiência na cafeicultura. “Por condições climáticas e geográficas, os EUA não têm potencial para se tornarem um grande produtor de café. O mercado norte-americano seguirá dependente das importações”, destaca Matos.
O diretor do Cecafé também esclarece que a tarifa sobre o café exportado não deve impactar os preços internos do grão no Brasil, sendo que fatores como clima e tamanho da safra possuem maior influência sobre a formação dos preços no mercado doméstico.
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