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Aproximação entre Lula e MST acende alerta no agronegócio

A recente aproximação do governo federal com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a chegada do chamado "Abril Vermelho" – período em que o grupo intensifica ocupações de terras – têm gerado preocupações no setor agropecuário. O movimento reivindica maior atenção às suas demandas e promete novas invasões, alegando que não recebeu respostas satisfatórias do governo.

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG), na última sexta-feira (7), reforçou esse cenário de tensão. Durante o evento, Lula anunciou um pacote de investimentos de R$ 1,6 bilhão para assentamentos rurais, abrangendo habitação, apoio a jovens e mulheres e incentivos à produção agrícola. O governo também confirmou a desapropriação da Usina Ariadnópolis, onde o acampamento está instalado desde 1996.

A movimentação do MST preocupa o setor do agronegócio e parlamentares ligados à bancada ruralista, que alertam para riscos de insegurança jurídica. Além dos desafios enfrentados pelos produtores – como estiagem e enchentes no Rio Grande do Sul – a possibilidade de novas invasões, muitas vezes baseadas em critérios do próprio movimento e não necessariamente em decisões oficiais, gera incertezas.

Em resposta, a bancada ruralista apresentou um pacote de medidas contra ocupações de terras, visando endurecer punições e conter invasões. Além disso, propostas de taxação da atividade agropecuária em alguns estados contribuem para o aumento das tensões no setor.

No âmbito político, a visita de Lula ao acampamento do MST também tem implicações estratégicas. Para o deputado federal Luciano Zucco (PL/RS), a ação reflete uma tentativa do governo de fortalecer sua base aliada em meio a desafios na popularidade presidencial. "É um governo que está derretendo sob o ponto de vista da avaliação popular e que precisa buscar apoio de setores mais radicais", afirmou Zucco.

O desdobramento das ações do MST no Abril Vermelho segue sendo monitorado de perto por representantes do agronegócio e parlamentares, em um cenário de crescente disputa entre interesses do setor produtivo e políticas de reforma agrária.

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