
O preço do café arábica segue em alta e atingiu um novo recorde nesta terça-feira (4), marcando a nona sessão consecutiva de valorização. A disparada ocorre em meio à busca intensa dos torrefadores pelo produto, enquanto os agricultores optam por segurar as vendas na expectativa de preços ainda mais elevados.
Na Bolsa ICE, referência mundial para a commodity, os contratos futuros do café arábica alcançaram US$ 3,8990 (R$ 22,47) por libra-peso no início do pregão. Por volta das 13h (horário de Brasília), a cotação registrava alta de 2%, sendo negociada a US$ 3,887 (R$ 22,41) por libra-peso. Apenas neste ano, o café já acumula valorização de aproximadamente 20%, seguindo o forte avanço de 70% registrado em 2023.
Segundo analistas de mercado, investidores especulativos têm se concentrado majoritariamente no lado da compra, o que força os torrefadores a adquirirem o produto a preços mais altos e leva os produtores a reterem suas vendas. “A meta natural para esta semana é testar o limite de US$ 4 (R$ 23,06)”, afirmou um operador de mercado.
A valorização do arábica também reflete a expectativa de uma safra menor no Brasil, principal produtor global. A produção foi impactada pela seca do ano passado, embora chuvas recentes tenham atenuado parte das previsões pessimistas.
O café robusta, variedade mais barata e amplamente utilizada na fabricação de café instantâneo, também registrou alta de 2% no mesmo horário, cotado a US$ 5,656 (R$ 32,60) por tonelada métrica. Na semana passada, o preço chegou a US$ 5,840 (R$ 33,66), o maior valor desde 2008, quando o contrato começou a ser negociado.
Para especialistas, o atual patamar de preços reduz a influência dos fundamentos de mercado, ampliando a participação de especuladores. “Quando os preços do café estão tão altos, os fundamentos começam a ter menos importância. Muitos investidores foram atraídos pela commodity após a disparada dos preços do cacau”, observou o Rabobank.
O banco também destacou que há preocupações no setor sobre possíveis tarifas comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos aos países sul-americanos, grandes produtores da commodity. “A América Latina está no radar das disputas comerciais. Essa incerteza também impacta o mercado de café”, afirmou o relatório da instituição.
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