Herdeira do "Rei da Soja" diz ter sido "enganada" pela família durante partilha de bens

Carina Maggi Martins, uma das filhas do empresário André Antonio Maggi, fundador do grupo Amaggi e mais conhecido como o "Rei da Soja", acusa os irmãos e a viúva do pai de terem omitido o valor real da herança deixada pelo empresário para "enganá-la" durante a partilha dos bens.

Carina é fruto de um relacionamento extraconjugal de André Maggi e, quando ele faleceu, em abril de 2001, os seis herdeiros e a viúva Lúcia Maggi fizeram um acordo com ela de que todos os filhos receberiam o equivalente a R$ 1,9 milhão.

O problema é que, conforme os anos foram passando, Carina começou a ver na imprensa que o patrimônio do pai era BI e não MIlionário como a família alegava.

A viúva e os demais irmãos estão na lista da Forbes entre os brasileiros mais ricos do Brasil. Esse foi um alerta para a mulher pedir revisão do valor acordado na Justiça; já que, em 2002, ela aceitou ceder direitos e ficar excluída da condição de herdeira; o que a retiraria de futuras divisões de bens.

A família discorda dos argumentos de Carina, diz que ela recebeu o mesmo valor dos outros irmãos e que o acordo foi feito na presença de um juiz e de um promotor. Além disso, o prazo para recalcular o valor já teria prescrito.

Carina, por sua vez, pede a nulidade do termo e afirma que foi ludibriada para acreditar que o empresário havia deixado herança de apenas R$ 23,9 milhões para todo os dependentes se dividirem; quando, na verdadeo real patrimônio estava blindado em nome de 12 empresas e contas no exterior e, por isso, não apareciam no espólio.

Ela quer a quebra de sigilo de 12 companhias de 1996 até 2006, mas a juíza Vandymara G. R. Paiva Zanolo, da 4ª Vara Cível de Cuiabá, rejeita os pedidos da moça e diz que Carina tenta rediscutir, "por vias oblíquas", uma sentença já transitada em julgado e que a ação poderia promover uma “devassa” na vida empresarial e patrimonial da família.

Dias antes de morrer, André Maggi deixou a sociedade de duas das maiores empresas da família em favor da mulher Lúcia, cedendo toda sua participação. 

Os advogados de Carina estimam que a herdeira teria direito a uma fortuna estimada em R$ 2 bilhões.

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