O dirigente do Movimento de Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) João Pedro Stedile esteve na China para uma reunião com istituições e empresas que já iniciaram parcerias envolvendo assentamento do movimento. O MST também está a procura de soluções para um problema energético que enfrentam as cooperativas camponesas no Brasil, incluindo as do MST. O movimento tem 185 cooperativas e 1,9 mil associações, que levam adiante 120 agroindústrias de pequeno e médio porte.
As principais cadeias produtivas no assentamento do MST são de arroz, leite, carne, café, cacau, sementes, mandiocas, cana-de-açucar e grãos. O problema é que as agroindústrias precisam de vapor, água quente, para pasteurizar os alimentos. "Hoje, infelizmente, essa pasteurização é feita em caldeiras à lenha", explica o dirigente em entrevista ao Brasil de Fato. "Existem também no mercado caldeiras à energia elétrica, porém é muito cara, precisamente depois do processo de privatização das hidrelétricas e ultimamente até da Eletrobras", lamenta Stedile.
Essa tecnologia, também conhecida como heliotérmica, consiste em um sistema que utiliza espelhos ou lentes que concentram a luz solar em um receptor onde um líquido é aquecido e logo pode girar uma turbina ou alimentar um motor para gerar eletricidade.
Existem pelo menos quatro tipos principais desses sistemas: o de tipo fresnel, o de torre central, o de discos parabólicos e o de coletores cilíndricos parabólicos.
A sinergia política entre os governos de Xi Jinping e Lula pode facilitar a transferência tecnológica entre os dois países, uma necessidade para o Brasil, segundo o dirigente, já que "somos vítimas do neoliberalismo que desindustrializou o país que nos deixou mais dependente das commodities agrícolas das commodities minerais". Com o governo Lula há um projeto estratégico de reindustrializar o país, porém estamos atrasados, lamenta.
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