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Taxação dos Fertilizantes que pode elevar imposto de importação será decidido na próxima semana

A proposta de Taxação dos Fertilizantes – implantação ou não da tarifa de importação de 15% -, que será decidida pela Camex em 17 de outubro, reacende o debate sobre a tributação no setor agropecuário, ou melhor, a taxação do agro.

A proposta de implementação de uma tarifa de importação de até 15% sobre o nitrato de amônio tem gerado debates acalorados entre diferentes setores da economia brasileira. Essa medida, que deve ser decidida ainda este mês tem como objetivo principal proteger a indústria nacional de fertilizantes, mas enfrenta forte resistência de importantes setores do agronegócio, que dependem das importações para manter sua competitividade. A seguir, detalhamos os principais pontos dessa discussão sobre a Taxação dos Fertilizantes.

A proposta será analisada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) no dia 17 de outubro, quando será decidido se a tarifa de importação de 0% para 15% será ou não implementada. Conhecida como “Taxação dos Fertilizantes”, a medida reacende o debate sobre a tributação do setor agropecuário, gerando discussões sobre os impactos dessa decisão para o agronegócio brasileiro.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e da ANDA, o Brasil importa cerca de 85% dos fertilizantes que utiliza, o que coloca o setor agrícola em uma posição vulnerável diante de aumentos nos custos de importação.

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) é a principal defensora do aumento da tarifa de importação sobre o nitrato de amônio de 0% para 15%. Segundo a entidade, essa medida seria uma resposta às dificuldades enfrentadas pela indústria química brasileira, que vem sofrendo com a concorrência de países que têm acesso ao gás natural mais barato, usado como matéria-prima na produção de fertilizantes.

O nitrato de amônio, além de ser um insumo fundamental na agricultura, é utilizado na fabricação de explosivos, o que aumenta a preocupação com a segurança de sua comercialização. A Abiquim argumenta que a aplicação dessa tarifa ajudaria a equilibrar a competição com importações, principalmente da Rússia e da Ásia, onde os custos de produção são significativamente menores.

Dependência Brasileira de Importações

Um dos pontos centrais da crítica à proposta da Abiquim é a alta dependência do Brasil em relação às importações de nitrato de amônio. De acordo com dados do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado de São Paulo (Siacesp), em 2023, o Brasil importou 1,1 milhão de toneladas métricas de nitrato de amônio, sendo 84% desse volume proveniente da Rússia. No primeiro semestre de 2024, o país já importou 629.497 toneladas, enquanto a produção nacional foi de apenas 64.143 toneladas.

A produção interna de nitrato de amônio no Brasil é liderada pela empresa norueguesa Yara, que é a única fabricante do insumo no país, com uma capacidade de produção de 416.000 toneladas anuais. No entanto, a própria Yara admite que “o imposto de importação não é a solução para o longo prazo”, destacando que a chave para fortalecer a produção nacional seria a disponibilidade de gás natural a preços mais competitivos.

“O imposto de importação não é a solução para o longo prazo”, apontou a Yara em entrevista a Forbes Brasil.

Argumentos Contrários à Tarifa

Diversos grupos, incluindo a Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (AMA), manifestaram sua oposição à criação dessa tarifa. A AMA considera a medida protecionista, alegando que ela beneficiaria apenas grandes multinacionais, como a própria Yara, sem realmente resolver os problemas estruturais da produção nacional de fertilizantes. Além disso, associações de produtores de soja, milho, algodão, café, carne bovina e cana-de-açúcar também expressaram preocupações de que o aumento da tarifa poderia resultar em maiores custos de produção para o setor agropecuário.

Impacto Econômico da Taxação dos Fertilizantes

Se aprovada, a nova tarifa poderá gerar um aumento nos custos de produção de alimentos no Brasil, com impacto direto sobre o preço final dos produtos. Organizações ligadas ao agronegócio alertam que o custo adicional dos fertilizantes será repassado para toda a cadeia produtiva, o que pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

Estima-se que o aumento da tarifa resultaria em uma arrecadação adicional de R$ 63 milhões por ano para os cofres públicos, o que representa um alívio para o governo, mas um desafio para os produtores, que já enfrentam margens apertadas de lucro.

A decisão da Camex neste mês será crucial para definir o futuro da indústria de fertilizantes no Brasil e seus efeitos sobre o agronegócio.

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Fonte: CompreRural

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