Entre os dias 23 e 25 de setembro de 2024, o Rio Grande do Sul registrou uma quantidade impressionante de raios, somando 1.257.907 raios intranuvens (IN) e 203.076 raios nuvem-solo (NS).
Este volume de descargas atmosféricas evidencia a forte instabilidade atmosférica que acometeu o estado, causando fenômenos elétricos em diversas regiões. As cidades mais atingidas se destacam pela grande quantidade de raios NS, com registros diários que ultrapassaram os milhares.
Distribuição diária e total de raios: A atividade elétrica no estado variou em intensidade ao longo dos três dias:
23 de setembro de 2024: Foram observados 277.381 raios intranuvens (IN), que representam as descargas elétricas dentro das nuvens, além de 58.733 raios nuvem-solo (NS), ou seja, aquelas que tocam o solo. Esta combinação indica tempestades bem desenvolvidas e com intensa atividade convectiva.
24 de setembro de 2024: O número de raios aumentou significativamente, chegando a 487.391 raios IN e 81.819 NS. Este crescimento de descargas atmosféricas sugere a intensificação de instabilidades no estado, com tempestades mais intensas e abrangentes.
25 de setembro de 2024: No terceiro dia, manteve-se o alto índice de descargas elétricas, contabilizando 493.135 raios IN e 62.524 NS. Ainda que os raios NS tenham tido uma leve redução comparada ao dia anterior, a quantidade total de raios manteve-se elevada.
Distribuição por Municípios e Impactos Locais: Alguns municípios se destacaram ao longo desses dias, com registros expressivos de raios NS.
23 de setembro de 2024:
Santana da Boa Vista: Com 9.400 raios NS, foi o município com o maior número de descargas nuvem-solo no dia. Este volume evidencia uma atividade elétrica intensa, possivelmente relacionada a tempestades com grande desenvolvimento vertical.
Unistalda: Também registrou alta incidência de raios, totalizando 7.361 descargas NS.
São Francisco de Paula: Acumulou 6.587 raios NS, mostrando a extensão das instabilidades elétricas em diferentes áreas do estado.
Outros municípios afetados no dia 23 incluem Dom Feliciano (6.266 raios NS), Rolante (5.407), Agudo (5.149) e Caçapava do Sul (2.861). Todos esses números ressaltam a distribuição irregular das tempestades, atingindo desde a Serra Gaúcha até a região central do estado.
24 de setembro de 2024:
O cenário de tempestades elétricas continuou, atingindo principalmente:
Putinga: Liderou o dia com 5.394 raios NS, evidenciando a forte instabilidade local.
Dom Pedrito e Canela: Registraram 4.355 e 4.333 raios NS, respectivamente, indicando que a atividade elétrica estava distribuída por diferentes regiões do estado.
Além disso, cidades como Santana do Livramento (3.564 raios NS), Uruguaiana (2.892) e Alegrete (2.668) também apresentaram altos números de raios NS. O destaque para essas regiões é importante, pois mostra a abrangência das tempestades elétricas, desde a Fronteira Oeste até a região da Serra.
25 de setembro de 2024:
A atividade elétrica continuou significativa, com destaque para:
Augusto Pestana: Teve o maior número de raios NS do dia, com 4.270 descargas, mostrando que as tempestades migraram para diferentes partes do estado.
Santana do Livramento: Registrou 4.036 raios NS, mantendo-se entre os municípios com alta incidência de atividade elétrica ao longo dos três dias.
Outras cidades afetadas no dia 25 foram São Gabriel (2.986 raios NS), Piratini (2.339), Quaraí (2.299) e Canguçu (2.293). Estes dados evidenciam que a instabilidade atmosférica persistiu, com descargas intensas em diferentes partes do estado, especialmente no sul e sudoeste.
Análise das causas e granizo registrado
O alto volume de raios registrado no Rio Grande do Sul durante este período está associado a com a combinação de sistemas meteorológicos nos últimos dias. Estes sistemas meteorológicos, em combinação com o calor e a umidade disponíveis, favorecem a formação de nuvens cumulonimbus, responsáveis por tempestades e raios. Além da alta incidência de raios, chuva de granizo foram registradas em amplas áreas do RS, com algumas cidades registrando granizo de 9cm.
Os raios e a chuva de granizo estão relacionados porque ambos se formam em tempestades com nuvens cumulonimbus, que têm grande desenvolvimento vertical. Dentro dessas nuvens, as fortes correntes de ar geram colisões entre partículas de gelo e água, eletrificando a nuvem e formando o granizo. Esse processo de eletrificação aumenta a probabilidade de raios, já que a separação de cargas elétricas é intensificada pelas correntes ascendentes que sustentam o granizo. Assim, tempestades com granizo geralmente apresentam uma alta frequência de raios, indicando instabilidade atmosférica severa.
Riscos e alerta para a população
A alta incidência de raios traz diversos riscos, como queda de energia, danos a residências e riscos para a população que circula em áreas abertas. Recomenda-se que, em caso de tempestades com raios, as pessoas busquem abrigo seguro e evitem atividades ao ar livre, especialmente em áreas descampadas ou durante atividades aquáticas.
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Fonte: Climatempo