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Geóloga brasileira apresenta estudo sobre o Aquífero Guarani em Davos

No Congresso Mundial de Águas Subterrâneas 2024, realizado em Davos, Suíça, a geóloga Isadora Kuhn, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), apresentou estudos inovadores sobre o Sistema Aquífero Guarani (SAG), utilizando técnicas de hidrologia isotópica que ampliam o entendimento sobre o ciclo da água. 

As pesquisas, que destacam o papel do SAG como um dos maiores reservatórios de água doce do mundo, têm o potencial de influenciar a criação de projetos internacionais de gestão de recursos hídricos.

Os detalhes da apresentação foram publicados em reportagem do site Jornal de Brasília. Confira:

O SAG é um aquífero transfronteiriço que se estende por Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, abastecendo mais de 15 milhões de pessoas no Brasil, tanto em áreas urbanas quanto rurais. 

“É um exemplo para a gestão de recursos hídricos em escala mundial”, destaca Kuhn, que ocupa a suplência no Comitê Diretor dos Hidrogeólogos em Início de Carreira da Associação Internacional de Hidrogeólogos (ECHN/IAH). 

A geóloga apresentou, nesta semana, o trabalho intitulado “Caracterização Hidrogeoquímica do Setor Sul do Sistema Aquífero Guarani: Insights sobre Dinâmica de Fluxo e Processos de Mistura”. Este estudo é pioneiro ao trazer uma abordagem quantitativa dos processos de mistura de águas, um avanço importante para prevenir contaminações no SAG devido à ascendência de águas profundamente mineralizadas.

O estudo de Kuhn integra dados de Brasil e Argentina, reforçando a importância de iniciativas científicas multinacionais para a gestão sustentável do SAG. 

“Nosso trabalho não se limita às fronteiras políticas, mas busca uma compreensão integral das dinâmicas do aquífero”, ressalta a pesquisadora. Essa abordagem reforça o tratado de cooperação já existente entre os quatro países que compartilham o sistema aquífero, que é considerado um marco político de colaboração internacional.

Outro destaque da participação brasileira no congresso é o trabalho “Novas Descobertas Usando Isótopos de Gases Nobres no Sistema do Aquífero Guarani na América do Sul”, apresentado nesta sexta (13). A pesquisa traz uma perspectiva histórica sobre a aplicação de isótopos de gases nobres em estudos hidrogeológicos e apresenta resultados de investigações conduzidas pelo hidrogeólogo Roberto Kirchheim. 

“Essas análises são cruciais para entender a sustentabilidade das águas subterrâneas e os impactos das mudanças climáticas no ciclo hidrológico”, explica Kuhn.

O Congresso Mundial de Águas Subterrâneas é o principal evento global sobre o tema, reunindo cientistas, representantes da indústria, administração pública e organizações internacionais. A expectativa de Kuhn com o evento é promover a troca de experiências e estreitar diálogos com especialistas do Instituto Federal Suíço de Ciência e Tecnologia Aquática (Eawag) e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). 

“Temos um acordo de cooperação com a AIEA para adquirir equipamentos de medição que trarão um impacto significativo para o conhecimento hidrogeológico no Brasil”, destaca a pesquisadora.

A delegação brasileira no congresso inclui os pesquisadores Daniele Tokunaga Genaro, Eliel Martins Senhorinho, Isadora Aumond Kuhn, Idembergue Barroso Macedo de Moura e Marcos Alexandre de Freitas, todos da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB. Esses especialistas representam o Brasil em um dos mais importantes fóruns internacionais dedicados à água subterrânea, contribuindo para posicionar o país como referência na pesquisa e gestão de recursos hídricos.

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Fonte: Jornal de Brasília

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