Produtores analisam interferência do clima e pregam cautela para o início da nova safra
O início do plantio da safra de soja 2024/25 deve ser pautado pela cautela, com os produtores demonstrando preocupações tanto com as condições climáticas quanto com a gestão financeira da safra.
“Há muita especulação em função do clima e do preço da commodity porque a safra americana está indo bem e se espera recorde na oferta de soja. Os produtores brasileiros também estão preocupados com o aumento do custo de produção e previsão de margens apertadas”, analisa o especialista em agronegócios Guilherme Frezzarin.
Segundo a análise da FF Seguros a tendência altas temperaturas trouxe incertezas para o planejamento da safra de soja 2024/25. Do Rio Grande do Sul até o sul do Paraná, a umidade do solo na zona radicular está próxima da saturação, enquanto a região central do Brasil pode sofrer com a redução dos níveis de água nos solos, em especial nas áreas mais prejudicadas, na região norte do Paraná.
Segundo a análise da seguradora, a situação da região central do país parece estar em condições piores de umidade do que o registrado no mesmo período em 2021.
“Agricultores devem esperar os níveis de umidade do solo subirem e as chuvas se estabilizarem, o que pode atrasar a semeadura da soja do centro do Paraná, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste”, diz Frezzarin.
No momento do plantio, em alguns tipos de solo, existe o risco de que plântulas de soja possam morrer devido ao extremo calor. Além da incerteza climática, muitos produtores enfrentam um dilema financeiro. O atraso para o anúncio do Plano Safra e para a liberação de linhas de crédito impactaram no planejamento e custeio da safra, segundo Diego Caputo, gerente comercial de cooperativas da FF Seguros.
“Além do atraso, as taxas de juros estão acima das expectativas e o custo de produção está mais alto, então o produtor segue cauteloso, segurando as compras de insumos”, afirma Caputo.
Onda de calor predomina
O calorão que predomina sobre a maior parte do Brasil pode se intensificar nos próximos dias. Algumas capitais estão próximas de registrar recordes históricos. A onda de calor ainda vai persistir e entrar na segunda quinzena de setembro.
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