CNA apresenta resultados dos custos de produção de cana e grãos
O Sistema CNA/Senar promoveu, no sábado (31), o evento do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro, em Chapadão do Sul (MS), para apresentar os principais dados dos levantamentos dos custos de produção de cana-de-açúcar e de grãos da safra atual no Centro-Oeste.
O evento foi realizado em parceria com o Sistema Famasul/Senar-MS e Sindicato de Produtores Rurais de Chapadão do Sul (MS) e apresentou aos participantes a análise de risco, mercado, comércio internacional e aspectos relacionados à produtividade e às margens das atividades.
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A assessora técnica da CNA, Eduarda Lee, explicou aos participantes que o Campo Futuro realiza um detalhado levantamento dos custos de produção e é desenvolvido em parceria com universidades e centros de pesquisa, com foco no aumento da eficiência produtiva e a rentabilidade nas atividades.
"Em todo o Brasil, foram 155 painéis para levantamento dos custos da produção de diversas atividades produtivas. Desse total, foram 34 de grãos em 13 estados e 15 painéis de cana-de-açúcar em nove estados. Somente em Mato Grosso do Sul foram 15 painéis em 12 municípios com a participação de mais de 100 produtores", destacou.
O presidente do Sindicato Rural de Chapadão do Sul, Maiquel De Gasperi, destacou a importância da realização do evento do Circuito de Resultados do Campo Futuro pela primeira vez no município para os produtores da região.
“Aqui no município não tivemos perdas e sabemos que a agricultura depende integralmente do clima e sempre temos que pedir a bênção de Deus para termos uma boa safra”, destacou.
O cenário de custos de produção de grãos e melhorias no processo gerencial foram apresentados pelo pesquisador do Cepea/Esalq-USP, Mauro Osaki. Ele explicou que a safra 2024 foi marcada pela retração na questão dos insumos e pelo efeito negativo do preço e produtividade, gerando compressão na rentabilidade do produtor.
“A safra 2023/2024 foi desafiadora para os produtores, com resultado negativo histórico para o trigo e duas safras seguidas de rentabilidade negativa para a soja, colocando sinal de alerta especialmente para aqueles que colheram abaixo de 45 sacas por hectare".
O pesquisador reiterou que a temporada foi marcada pelo excesso de chuva no plantio na região Sul.
“Isso ocasionou a quebra de safra e atraso no plantio da soja, impactando no calendário ideal. Em contrapartida, no Centro-Oeste, a estiagem encurtou o ciclo de produção de soja encurtou em grande parte das regiões”, disse Osaki.
Grãos - O presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, André Dobashi, explicou que a safra 2023/2024 está sendo extremamente desafiadora em Mato Grosso do Sul.
"Tivemos uma safra aquém do esperado em que fechamos com resultado abaixo de 45 sacas por hectare. Isso representa uma quebra expressiva para soja".
No milho safrinha, Dobashi lembrou que desde meados de fevereiro praticamente não houve chuva.
"Isso resultou em uma quebra de mais de 35% na safra. Esperávamos colher mais de 13 milhões de toneladas, mas devemos colher apenas em torno de 9 milhões de toneladas".
Cana-de-açúcar- O presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, Nelson Perez, acredita que a safra atual seja ainda mais afetada em razão das queimadas recentes que atingiu muitas lavouras de cana de açúcar do Centro Sul, cenário nunca visto antes.
“Podemos ver uma redução ainda maior da produtividade principalmente no terço final da safra.”
A analista de custos do Pecege Consultoria e Projetos, Ana Carolina França, mostrou o cenário de custos de produção de cana-de-açúcar e as melhorias no processo gerencial.
"Notamos uma queda de produtividade pressionada pelo custo com os insumos na safra 2024/2025. Além disso, houve um incremento com o custo de mão-de-obra se comparado à safra anterior".
O produtor rural e superintendente da Iaco Agrícola, Edson Luiz Cunha da Rocha, avaliou positivamente o evento.
Apoio- O evento do Circuito do Projeto Campo Futuro em Chapadão do Sul (MS) teve o apoio da Aprosoja MS e Fundação Chapadão.
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Fonte: CNA