Ministério Público e representantes do agro rebatem Marina sobre queimadas no Pantanal
A Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) emtiu uma nota oficial rebatendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre as causas dos incêndios recordes no Pantanal, registrado último mês de junho.
Em entrevista coletiva, no último dia 3, Marina declarou que "uma confluência de ações humanas é a causa do problema, com focos de fogo gerados por essa ação humana e áreas desmatadas que favorecem a propagação".
A Famasul repudiou as declarações, corroborando investigações já em curso pelo Ministério Público, e cujo resultado aponta que a maioria dos incêndios não é causa por ação humana.
Confira:
O Informativo Técnico do Ministério Público de Mato Grosso do Sul sobre a origem dos focos de incêndios no Pantanal em Mato Grosso do Sul, publicado em 03 de julho, corrobora com o posicionamento do Sistema Famasul.
O documento evidenciou que os incêndios, em sua grande maioria, têm origem nas margens de rios e rodovias e não guardam nenhuma relação com a produção agropecuária no Pantanal, ainda que 97% do bioma esteja sob responsabilidade da iniciativa privada.
Também ficou demonstrado que não há correlação entre desmatamento e incêndios, ratificando nossa afirmação de que o produtor rural é o maior interessado em evitar incêndios, pois além dos impactos causados na biodiversidade, o fogo também afeta a atividade econômica e compromete a infraestrutura das propriedades e seus rebanhos.
Essa responsabilidade do produtor rural é que garantiu que o Bioma Pantanal seja hoje o bioma mais preservado do Brasil com 87% de seu território não antropizado e com um histórico de mais de 300 anos de produção pecuária sustentável.
Como parte da solução e prevenção, o setor agropecuário no Pantanal tem atuado em todos os fóruns de discussão sobre o tema, promovendo capacitações preventivas por meio dos cursos do Senar/MS e, com o apoio do poder público, segue aprimorando as ações e estruturas de combate e prevenção.
O mês de junho teve este ano a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registrada desde 2012 pela série histórica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em apenas 30 dias, o fogo consumiu mais de 411 mil hectares do bioma, quando, na média histórica, o Pantanal costuma queimar pouco mais de 8 mil hectares.
A área atingida ficou acima, inclusive, da média histórica de setembro, quando o bioma queima, em média, 406 mil hectares. No acumulado de 2024, a área atingida chegou a 712 mil hectares nessa terça-feira (2), o que corresponde a 4,72% do bioma.
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Fonte: Com informações da Famasul e Agência Brasil