A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) trouxe para o centro da discussão a reversão das regiões de Raposa Serra do Sol, área que foi produtora de arroz em Roraima.
O colegiado apresentou números que demonstram o ritmo incessante de produção naquela região antes da demarcação, que alcançava 190 mil toneladas.
O deputado federal Domingos Sávio (PL-MG) reforçou a importância de se aprofundar o debate e “tirar da escravidão” os povos originários da região.
“É algo doloroso e humilhante convivermos frequentemente com notícias sobre a centena de indígenas que, muitas vezes, morrem por desnutrição e abandono. Não faz sentido, com milhares de hectares de terra, não haver nenhuma política que auxilie e dê o preparo tecnológico para atuar em terras indígenas. É um debate que precisa ser enfrentado para tirar os povos originários da escravidão do pouco conhecimento.”
O ex-presidente da Câmara dos Deputados e convidado para a reunião extraordinária, Aldo Rebelo, destacou que todas as dificuldades inerentes ao caso Raposa Serra do Sol foram antevistas por ele. O ex-deputado lembra que as demarcações de terras, naquela ocasião, eram um erro contra todos os brasileiros.
“Eu antevia que ali estava em curso um grande erro contra todos os brasileiros. Foram cometidos erros demolidores em Roraima. As ONGs governam Roraima, programam e planejam, e o braço do Estado executa. Essa é a realidade. Tratam-se de movimentos ideológicos”, explicou.
O presidente da Comissão e requerente da audiência pública, deputado federal Evair de Melo (PP-ES), lembrou que a Câmara precisa enfrentar grandes temas, especialmente os que colocam o setor agropecuário e a sociedade no protagonismo.
“Nós sabemos que o agro é uma potência, e esta audiência mostra a coragem e a determinação para falarmos também com quem está fora da bolha. Temos que cumprir o papel e levar convencimento ao público que não está acostumado. É legítimo que o povo brasileiro saiba o que seria diferente em Roraima e no Brasil com essa reversão”, disse ele.
ABIARROZ
A representante da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva, comparou como seria a produção de arroz caso houvesse uma eventual reversão das demarcações. Segundo ela, Roraima conseguiria abastecer os estados do Norte e Nordeste, além de realizar exportações.
CNA
O assessor jurídico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Kaufmann, diz que é fundamental combater as demarcações que ignoram os verdadeiros proprietários rurais. De acordo com ele, a Raposa Serra do Sol é um dos exemplos negativos de quando se faz uma demarcação ideológica.
“O julgamento da Raposa Serra do Sol no caso concreto é um dos maiores exemplos de como uma decisão meramente ideológica pode prejudicar o país. Não se faz demarcação de terras deixando de lado produtores rurais e sem base efetivamente concreta. Quando se faz isso, você tira dos proprietários o direito de cumprir a função social da terra.”
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Fonte: Agência FPA