Greening avança e poderá atingir mais de 50% do cinturão citrícola
A prevalência de preços baixos nos últimos anos, para a caixa de laranja de 40,8 kg, está entre as causas do avanço do greening nos pomares. A afirmação é do especialista Gilberto Tozatti, da Citrus Consulting,
“Baixas cotações da fruta, desmotivaram produtores a investir no controle da doença e muitos deles abandonaram áreas. Esse cenário resultou numa explosão do inseto-vetor,” comenta Tozatti.
O especialista calcula que na safra em andamento o greening deverá avançar de 38% para, possivelmente, mais de 50% dos pomares do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais.
Dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) mostram que os prejuízos são da ordem de R$ 3,5 milhões, em 2023, registrados em virtude da intensidade da doença em determinadas fazendas.
“O greening representa hoje a principal preocupação do citricultor e causa perdas robustas na produtividade, além de empurrar para cima o preço da laranja”, afirma o engenheiro agrônomo Marcelo Palazim.
O profissional disse que durante a Expocitros, a principal feita citrícola do país, realizada na cidade paulista de Cordeirópolis, foi apresentado uma nova estratégia para controle do psilídeo-dos-citros. Trata-se do manejo do psilídeo ancorado nos ingredientes ativos buprofezina e fenpiroximato que se mostrou economicamente viável e agronomicamente eficaz, com indicadores de controle de 80% a 100% de populações do inseto.
“A recomendação é fazer duas aplicações com intervalos de sete dias, nos períodos de maior ocorrência de brotações do pomar, quando há pressão intensa da praga”, orienta Marcelo Palazim.
Risco do avanço do greening para outras regiões produtoras
Para o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi, o citricultor precisa estar atento a algumas questões importantes quando é migração da citricultura para outras regiões, como olhar para o entorno dela, levando em conta a incidência de greening.
“Ele precisa ter em mente também que, se a nova região para onde estiver indo tiver uma baixa incidência de greening, isso não significa que a doença não possa aumentar nos próximos anos. Quando o citricultor se movimentar para uma nova região, ele vai ter que levar consigo o bom manejo do greening”, reforçou Renato.
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