Clima adverso pode favorecer a incidência do bicudo do algodoeiro em MT e Bahia
Com a finalização do plantio do algodão safra 23/24, as projeções indicam uma colheita de 3,4 milhões de toneladas de pluma, o que representa um aumento de 5,9% em relação ao ciclo anterior.
A área plantada apresenta crescimento de 12,5% (1,89 milhões de hectares) e, em termos de produtividade, a estimativa também é positiva, com cerca de 121 arrobas de pluma e 298 arrobas de caroço de algodão por hectare, segundo dados recentes divulgados pela Agroconsult e publicados no portal Agroclima.
Os agricultores da Bahia e de Mato Grosso devem ficar atentos aos desafios no campo em meio a condições climáticas adversas e a forte incidência do bicudo-do-algodoeiro, um dos principais alvos que acomete até 90% das lavouras.
Segundo o engenheiro agrônomo, Roberto Rodrigues, a proliferação do bicudo-do-algodoeiro foi ocasionada devido às populações tardias da safra anterior que se associaram a novas colônias, bem como condições climáticas adversas, que dificultaram o controle dessa praga.
“Outros fatores agravantes estão atrelados ao aumento na área de cultivo de algodão no Brasil nesta safra e a sua alta capacidade de reprodução. Como resultado, todas as lavouras estão sendo impactadas pela evolução crescente do bicudo-do-algodoeiro – inseto que ataca todo o ciclo reprodutivo da cultura, podendo comprometer a produção da lavoura quase que por completo se não tiver um manejo correto e eficiente”, ressalta Rodrigues.
Manejo de praga é essencial para a cultura do algodão
O algodão é uma das principais commodities produzidas no Brasil, principalmente no Centro-Oeste, liderado por Mato Grosso (67% da produção) e Oeste da Bahia (22% da produção), porém está presente em mais 16 estados brasileiros. No entanto, o manejo de pragas ainda é uma das principais preocupações do cotonicultor brasileiro e importante entrave na escalada rumo a uma maior produtividade.
Para se ter uma ideia, para combater alvos como o bicudo-do-algodoeiro e o complexo de lagartas, pulgões e ácaros, os produtores fazem uma média de 26 aplicações de inseticidas durante o ciclo da cultura. Em seguida, vem o investimento em fungicidas, adotado por 100% dos agricultores, com uma média de oito aplicações por ciclo.
“O ideal é o produtor buscar no mercado um produto um único produto que une ação inseticida e fungicida para combater múltiplos alvos com muito menos aplicações, contribuindo assim para o aumento da produção e melhorando a qualidade da fibra do algodão”, explica o engenheiro agrônomo.
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Fonte: Agroclima