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Indústria quer reduzir emissões de gases na cadeia de proteína animal

Dispostos a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, produtores de suínos têm instalado usinas de biogás e biometano e a indústria é a principal impulsionadora. De acordo com a engenheira ambiental Pauline Bellaver, que representou a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) no 6º Fórum Sul de Biogás e Biometano, em Chapecó (SC), a descarbonização traz benefícios para toda a cadeia envolvida e, principalmente, para a sociedade.

A engenheira, que é especialista em sustentabilidade da Seara Alimentos, do grupo JBS, contou que, atualmente, 60% dos produtores integrados do grupo já possuem energia solar e 3% têm biodigestores. 

“O objetivo é acelerar esse processo, que é um dos principais desafios do escopo 3, pois os dejetos suínos contribuem de forma significativa para a emissão de gases de efeito estufa. No entanto, os produtores se deparam com dificuldades como o acesso ao crédito necessário para a adaptação de suas propriedades”, disse Pauline.

O Hub de Descarbonização Fiesc vem atuando para desburocratizar esse processo, incluindo no grupo de trabalho bancos como o BRDE. Organizado pela Fiesc, o hub atua na formação de pessoas, em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para o uso em escala e novos modelos sociais. O foco é descarbonizar arranjos produtivos e a iniciativa foi apresentada pelo Senai na quarta-feira (17), durante o Fórum Sul de Biogás e Biometano.

No caso da cadeia de proteína animal, o desafio é ter em dez anos 100% dos dejetos suínos sendo aproveitados para a geração de biogás em Santa Catarina. A JBS, que integra o hub da Fiesc, desenvolveu modelos individualizados, para quando há escala, e também usinas centralizadas, para os casos em que os produtores possuem propriedades próximas.

“Este modelo, estudo piloto de usina centralizada, está sendo conduzido em Santa Catarina com o objetivo de gerar combustível e ser alternativa às tradicionais fontes de energia. Além disso, os investimentos no mercado de bionergia estão aquecidos, o que impulsiona projetos nesta área”, continuou.

Entre as soluções que o Senai já oferece está o inventário de gases de efeito estufa que vai mensurar as emissões da indústria catarinense. O levantamento é conduzido por pesquisadores do Instituto Senai de Tecnologia Ambiental. Na JBS, por exemplo, o inventário já é realizado desde 2012 para o escopo 3 (categoria que inclui as emissões ligadas às operações da companhia, como matéria-prima adquirida, viagens de negócios e deslocamento dos colaboradores, descartes de resíduos, transporte e distribuição).

Outra iniciativa é a elaboração do Atlas de Energias Sustentáveis de Santa Catarina. O trabalho visa mapear o potencial de geração de energia de baixo carbono no estado, como por exemplo o hidrogênio, a partir de fontes como biomassa, resíduos, carvão, entre outras. A partir do Atlas, será possível prospectar novos investimentos no setor, bem como posicionar o estado no cenário nacional. Esse trabalho será desenvolvido em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis do Rio Grande do Norte, em linha com o conceito de powershoring da neoindustrialização – que se refere à instalação de indústrias em locais com alto potencial de energias renováveis, como eólica, solar e biomassa.

A rede de institutos do Senai também vem atuando para que as empresas acelerem sua adaptação a transportes e fontes de energia menos poluentes. Há oportunidades para descarbonizar a indústria no consumo de energia, gerenciamento de frota, transporte e distribuição, transporte de colaboradores, tratamento de resíduos, geração de calor, sistemas de refrigeração, viagens a serviço ou então compensar suas emissões residuais, por meio da aquisição de créditos de carbono, por exemplo.

O 6º Fórum Sul de Biogás e Biometano se encerra nesta quinta-feira (18).

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Fonte: Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas da Fiesc.

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