O café arábica teve forte alta na na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), enquanto o robusta subiu na Bolsa de Londres.
Em NY, o valor no mercado superou os US$ 2,00 a libra-pes, o mais alto nos últimos 18 meses.
Já em Londres, Londres o café atingiu o mais alto nível em 16 anos.
Seguindo a tendência, o café brasileiro também subiu nas bolsas e nas negociações.
A informação é do site especializado Safras & Mercado e foi publicada pela Revista Cafeicultura. Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, a escalada de alta do café fez o arábica trabalhar acima da linha de 200 cents na ICE US, o que não acontecia desde o pregão do último dia 19 de dezembro.
“O arábica em NY vem sendo guinado para cima pelo rally no robusta. Porém, essa correlação mais próxima entre arábica e robusta ficou mais forte ao final de março e se acentuou nesse início de abril. A arbitragem entre NY/Londres caiu para 30 cents, o que confirma a valorização do robusta em relação ao arábica”, comenta.
Ele coloca que o café robusta negociado na ICE Europa encontra suporte na pouca disponibilidade física no Vietnã, nos problemas logísticos na rota Ásia-Europa e na dificuldade das tradings para fechar lotes na origem asiática. “O volume ainda descoberto por parte de exportadores do Vietnã gira entre 1,5 e 2,0 milhões de sacas, por isso, crescem as especulações em torno de ‘wash out’, o que preocupa o abastecimento e acaba se refletindo no terminal de Londres”, observa.
Barabach indica que o clima seco e as altas temperaturas atuais não são favoráveis às floradas no Vietnã. A previsão é que o tempo predominantemente seco permaneça nos próximos 1 a 7 dias, com umidade aumentando levemente entre 10 e 16 de abril.
Assim, continua a preocupação sobre uma possível escassez de água para irrigação, o que pode prejudicar a produção de café para a próxima temporada, aborda. “O período de floradas no Vietnã se estende até meados de maio.
O fim do El Nino e a transição para um período de neutralidade climática tende a melhorar as condições hídricas no Sudeste do Ásia, como inclusive, já está acontecendo na Indonésia. Nesse sentido, ainda há tempo para reversão desse quadro. Porém, a cada semana sem chuva fica menor a janela para as floradas”, adverte.
No Brasil, o consultor avalia que o início dos trabalhos com conilon na colheita levanta alguma preocupação, com sinais de produtividade abaixo do esperado.
Reflexo do período de seca no final do ano passado, especialmente no Espírito Santo, principal produtor de conilon do Brasil.
“Já a elevada umidade nesse início de 2024 fez crescer a conchonilha (praga), reforçando o pessimismo produtivo. As chuvas fortes também geram preocupação entre os produtores de arábica de Minas Gerais, por conta da queda de frutos”, esclareceu;
No balanço semanal na Bolsa de Nova York, entre as quintas-feiras 28 de março e 04 de abril, os preços no contrato maio subiram 9,5%, passando de 188,85 para 206,75 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres, no mesmo comparativo, o contrato maio subiu 8,2%.
O mercado físico brasileiro de café acompanhou os ganhos externos. Os produtores em muitos momentos participaram do mercado e aproveitaram para vender a preços melhores. Já o comprador segue relutante, acreditando em mudanças com a entrada da safra brasileira, mas aparece buscando oferta para necessidades imediatas.
O café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais subiu nos últimos sete dias (até esta quinta-feira, 04) de R$ 1.035,00 para R$ 1.125,00 a saca na base de compra, alta de 8,7%. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, no mesmo comparativo, avançou de R$ 945,00 para R$ 1.035,00 a saca, elevação de 9,5%.
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Fonte: Revista Cafeicultura / Safras & Mercado