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Pesquisa incentiva cadeia produtiva do óleo de abacate em Minas Gerais

Maria da Fé, a cidade mais fria de Minas Gerais, está localizada na região Sul do estado. As folhas da oliveira, presentes na bandeira da cidade, demonstram a presença forte e representativa da produção do azeite de oliva na região. A cadeia produtiva já consolidada tem dividido espaço com a intrigante e promissora produção do óleo de abacate.

Um projeto de pesquisa desenvolvido por pesquisadores do Campo Experimental de Maria da Fé (Cemf) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolve técnicas de manejo agroindustrial, colheita, pós-colheita e processamento, que permitem a produção de óleo de abacate com maior rendimento e qualidade.

Nomeado “Processos inovadores nas agroindústrias de azeite de oliva e abacate”, o projeto conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) por meio da Chamada 040/2021 - Apoio a Projetos em Ciência, Tecnologia e Inovação, no Âmbito das Políticas Públicas do Estado de Minas Gerais.

O coordenador do projeto, Luiz Fernando de Oliveira da Silva, explica que, por volta de 2010, a Epamig montou uma agroindústria (ambiente físico utilizado para transformar a matéria-prima) com equipamento importado da Itália, que apoiaria os produtores de azeitonas da região na produção do azeite de oliva.

Contudo, a colheita das azeitonas acontece na região Sudeste do país a partir do final de janeiro e se estende até meados de abril, a depender da altitude da localidade, o que deixa o maquinário ocioso por um longo período.

“Daí nasceu a pergunta, já que ao longo dos anos muitas outras agroindústrias foram instaladas na região: o que fazer com essas agroindústrias montadas com um investimento financeiro muito alto e ficam nove meses em ociosidade?”, conta.

Segundo Silva, estudos desenvolvidos no Chile e em algumas outras localidades já haviam observado a possibilidade de extrair o óleo do abacate com este mesmo maquinário.

A descoberta seria especialmente benéfica a produtores de abacate em Minas Gerais e região que, estando próximos a alguma agroindústria que processe o azeite de oliva, podem extrair o óleo de abacate.

O coordenador explica que, em períodos de grande oferta, o preço do abacate tende a diminuir. Por ser um produto perecível, extrair o óleo significa agregar valor em um produto que pode ser exposto por mais tempo nas prateleiras dos supermercados.

Adicionado a isto está o fato de que o período de colheita do abacate acontece no intervalo entre as colheitas das azeitonas, no segundo semestre, permitindo a associação dos dois produtos.

A principal cultivar utilizada (Hass), o famoso avocado, é produzida visando, principalmente, o mercado de exportação. Sua colheita é feita manualmente e a escolha dos frutos segue altos padrões de qualidade. Aqueles frutos que não seguem estes padrões são aproveitados na produção do óleo, rico em ácido oleico, fitoquímicos e ácidos graxos semelhantes ao azeite de oliva.

Além da aplicabilidade culinária, o óleo de abacate pode ser utilizado em cosméticos como máscaras faciais, shampoo, emolientes e manteiga capilar. Por ser rico em ômega seis e ômega nove, pode ser vendido em cápsulas pela indústria farmacêutica.

O projeto pretende atender a três perfis de produtores: aqueles que produzem azeite de oliva e possuem seu próprio maquinário e desejam aproveitá-lo para também processar o abacate; os que querem começar a investir na atividade; e os que produzem abacate e, pela sua alta demanda, desejam extrair o óleo e agregar valor ao produto final.

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Fonte: Agência Minas

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