Estimativa de produção de milho cai para 129 milhões de toneladas

17/12/2023 às 11:23 Agronegócio

O Brasil deverá produzir 129,156 milhões de toneladas de milho na safra 2023/24, segundo nova estimativa divulgada por SAFRAS & Mercado. O volume que fica abaixo das 135,711 milhões de toneladas indicadas em setembro e das 140,873 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022/23.

Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o ajuste para baixo nos números leva em conta os problemas de clima causados pelo fenômeno El Niño, que prejudicaram tanto o plantio como o desenvolvimento das lavouras de verão de milho, bem como a soja, o que deverá contribuir para uma redução na janela de cultivo no Mato Grosso e na região do Matopiba.

A área total de milho deverá ocupar 21,120 milhões de hectares em 2023/24, com declínio de 5,4% frente aos 22,329 milhões de hectares cultivados em 2022/23. Em setembro a área havia sido estimada em 21,923 milhões de hectares. O rendimento médio das lavouras para a temporada 2023/24 deverá ficar em 6.115 quilos por hectare, aquém dos 6.190 quilos por hectare previstos no levantamento anterior e dos 6.309 quilos por hectare registrados na safra 2022/23.

Molinari sinaliza que a produção de milho de verão no Centro-Sul do Brasil deverá atingir 26,399 milhões de toneladas. O número fica abaixo do levantamento anterior, divulgado em setembro, que apontava uma safra de 26,859 milhões de toneladas, mas supera o volume obtido na temporada 2022/23, de 24,817 milhões de toneladas.

A revisão para baixo na estimativa de produção leva em conta o declínio de 5,2% projetado na área a ser cultivada na safra 2023/24 frente à temporada 2022/23, passando de 4,187 milhões de hectares para 3,972 milhões de toneladas. A área é menor também frente à indicada em setembro, de 3,998 milhões de hectares e leva em conta a decisão do produtor em optar pelo cultivo da soja em detrimento ao milho, bem como os problemas de excesso de chuvas na Região Sul e de ausência de precipitações regulares em áreas do Sudeste, do Centro-Oeste e do Matopiba.

Apesar da expectativa de queda na área de verão, Molinari afirma que deve haver um crescimento na produtividade média da safra de verão 2023/24 frente ao registrado na temporada 2022/23, que passaria 5.926 quilos por hectare para 6.646 quilos por hectare. A produtividade média, porém, já é menor frente aos 6.718 quilos por hectare projetados no levantamento anterior.

Para safrinha 2024, a área prevista deve ocupar 14,789 milhões de hectares, 4,7% abaixo dos 15,516 milhões de hectares cultivados nesse ano. Em setembro, a área havia sido apontada em 15,481 milhões de hectares. Molinari ressalta que, diante de uma tendência de corte nos investimentos de tecnologia por parte dos produtores e de um plantio fora da janela ideal de cultivo, a produtividade média da segunda safra de milho poderia recuar frente aos 6.439 quilos por hectare colhidos neste ano para 6.029 quilos por hectare, menor também frente aos 6.120 quilos por hectare indicados no levantamento anterior.

O potencial de produção para a safrinha 2024 é estimado em 89,171 milhões de toneladas, aquém das 94,747 milhões de toneladas previstas em setembro e abaixo do volume recorde registrado em 2023, de 99,913 milhões de toneladas.

Também por problemas relacionados ao clima e ao quadro de chuvas irregulares, as regiões Norte e Nordeste sinalizam recuo de 10,2% para a área de milho a ser cultivada na safra 2023/24, ocupando 2,358 milhões de hectares, aquém dos 2,443 milhões de hectares previstos na estimativa anterior. Na temporada 2022/23, a área ficou em 2,625 milhões de hectares.

As regiões Norte e Nordeste devem apresentar uma produtividade média de 5.761 quilos por hectare em 2023/24, abaixo dos 5.772 quilos por hectare apontados no levantamento anterior e dos 6.149 quilos obtidos na temporada 2022/23. Segundo Molinari, a produção de milho nessas regiões em 2023/24 deverá ficar aquém das 14,103 milhões de toneladas indicadas em setembro e das 16,141 milhões de toneladas colhidas na safra 2022/23, atingindo 13,586 milhões de toneladas.