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RS: Seapi participa de projeto de monitoramento dos gases do efeito estufa

Em tempos de discussão sobre as questões climáticas em função da COP 28, a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança no Clima, que encerrou nesta semana em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, um projeto de "Monitoramento do Carbono no solo e gases de efeito estufa em campos, cultivos puros ou integrados, e florestas", segue esta temática de busca de redução dos efeitos das mudanças climáticas.

O projeto, coordenado pelo Prof. Paulo Carvalho (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), foi aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), no final do mês de novembro, e tem a participação do Laboratório de solo mais antigo do estado, o de Química Agrícola (LQA), do Departamento de Desenvolvimento e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O objetivo da pesquisa é realizar o monitoramento de gases do efeito estufa e os estoques de carbono no solo, sendo que o LQA está responsável por um subprojeto que prevê o estabelecimento de unidades de referência em áreas de cultivo de erva-mate para monitoramento da emissão de gases do efeito estufa e quantificação dos estoques de carbono no solo.

“A ideia é justamente gerar informações que demonstrem, no caso da erva-mate, que por suas características (sistema florestal), possa atuar como um sistema "descarbonizante", isto é, ajudando a reter o carbono no sistema solo/planta, contribuindo para a mitigação do CO2 liberado à atmosfera por outras atividades”, destaca o pesquisador do LQA, Bruno Lisboa, especialista em fertilidade e biologia do solo.

O projeto prevê a realização de avaliações da retenção ou emissão de CO2-eq em ervais conduzidos sob os sistemas Pleno Sol e Sombreado, por meio de avaliação direta dos fluxos de gases no campo e da determinação do estoque de Carbono (C) no solo e por meio da análise elementar, em laboratório. Vão ser três propriedades estudadas no Polo Ervateiro do Alto Taquari. Pelo cronograma, os estudos iniciam em 2024 e devem durar três anos.

Bruno destaca que, além da análise de solo, o Laboratório de Química Agrícola está avançando também para atuar nessa temática relacionada às mudanças climáticas, cada vez mais presente no cotidiano das pessoas. “Trabalhos como esses geram dados que permitem a elaboração e a adoção de manejos que permitam a menor liberação de gases de efeito estufa na atmosfera ou até mesmo servir como um dreno, mitigando a poluição provocada por outros setores”, analisa.

O LQA

O Laboratório de Química Agrícola é o mais antigo laboratório de análises químicas de solo do Rio Grande do Sul, tendo sido inaugurado em 1929. Nestes mais de 90 anos de atividade, participou de momentos importantes da história agrícola do Rio Grande do Sul, como a recomendação de uso de adubos, em 1950, e também foi um dos fundadores da Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solo e de Tecido Vegetal dos Estados do RS e SC (ROLAS), participando, desde sua fundação, em 1968, do programa de controle de qualidade.

“O controle de qualidade se dá pela análise de lotes mensais de amostras de solos, que são analisadas por todos os laboratórios participantes da Rede, sendo que aqueles que, ao fim do ano, não obtiverem o mínimo de 85% de exatidão, acabam perdendo o selo de qualidade para o ano seguinte”, explica o pesquisador do LQA. No ano de 2023, o Laboratório alcançou 92% de exatidão e está mantendo o selo de qualidade para 2024.

O LQA realiza cerca de 1.500 análises por ano, tanto para produtores quanto para cadeias produtivas do estado.

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Fonte: Seapi-RS / Maria Alice Lussani

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