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Cachaça paranaense conquista reconhecimento de indicação geográfica

A aguardente de cana e cachaça de Morretes é o 13.º produto paranaense a conquistar o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP). O registro foi publicado na última terça-feira (05) na Revista da Propriedade Industrial, do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

O Brasil possui agora 119 Indicações Geográficas de produtos, dos quais 85 Indicações de Procedência e 34 Denominações de Origem (25 nacionais e 9 estrangeiras). O Paraná divide o segundo lugar em IG individual com o Rio Grande do Sul e ambos têm uma 14.º no mel de melato de bracatinga do Planalto Sul, junto com Santa Catarina. Minas Gerais lidera com 20 IG individual.

O processo de obtenção da nova IG é fruto de parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Governo do Estado, por meio da secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), e a Agência de Desenvolvimento Cultural e do Turismo Sustentável do Litoral do Paraná (Adetur Litoral).

Eles deram entrada ao processo em março de 2020 tendo como requerente a Associação dos Produtores de Cachaça de Morretes (Apocam). Inicialmente o selo foi concedido a três empresas: Casa Poletto – Ouro de Morretes, Porto Morretes e Magia da Serra. Juntas produzem cerca de 100 mil litros ao ano.

HISTÓRIA - Os documentos apresentados ao INPI apontam que a produção artesanal da cachaça começou em Morretes no século 16. Posteriormente, já no Brasil Império, D. Pedro II autorizou a instalação de um engenho, promovendo um salto tecnológico para a época.

A imigração italiana, a partir do século 19, foi outro momento importante. Pelo menos 50 produtores passaram a extrair a essência da cana-de-açúcar e Morretes começou a colocar seu nome no universo da cachaça, com o início da exportação.

Ao longo dos anos, ainda que houvesse transformações, o produto manteve o significado cultural, com desenvolvimento livre de herbicidas, colheita manual, e processamento e armazenamento que seguem princípios consagrados na região.

Também contribui para a qualidade o uso da variedade de cana chamada de havaianinha e as características típicas concedidas pelas condições particulares de clima e de solo.

PRÊMIOS - A documentação enviada ao INPI mostrou ainda que Morretes participou e ganhou diferentes premiações nesse segmento. Entre eles o de melhor cachaça do Brasil na 2ª edição da Cúpula da Cachaça em 2016, o mais importante do ramo no País. Além disso, em âmbito internacional, três rótulos já foram premiados com medalhas no Concurso Mundial de Bruxelas.

Atualmente o município de 16 mil habitantes contribui com 30% da produção paranaense de aguardente de cana e cachaça. Além da fabricação, os produtores estabelecidos em Morretes abrem suas usinas e alambiques a visitas turísticas e à degustação, o que ajuda a impulsionar a economia local.

OUTRAS - Com a cachaça de Morretes, o Paraná possui agora 13 produtos com registro de IG. Os demais são: o barreado do litoral do Paraná, a bala de banana de Antonina, o melado de Capanema, a goiaba de Carlópolis, o queijo de Witmarsum, as uvas de Marialva, o café do Norte Pioneiro, o mel do Oeste, o mel de Ortigueira, a erva-mate de São Mateus do Sul, o morango do Norte Pioneiro e os vinhos de Bituruna.

Além desses, há nove produtos com pedidos, aguardando o reconhecimento do INPI: camomila de Mandirituba, broas de centeio de Curitiba, mel de Prudentópolis, urucum de Paranacity, queijos do Sudoeste, cracóvia de Prudentópolis, carne de onça de Curitiba, café de Mandaguari e ponkan de Cerro Azul.

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Fonte: Agência Senado

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