Brasil quer diminuir importação de defensivos agrícolas em até 50% até 2050


A meta não é nova. Foi estipulada pelo Governo de Jair Bolsonaro (PL) ainda em maio de 2022, depois que o Brasil levou um susto com o início da guerra entre Ucrânia e Rússia.
O Kremlin era o responsável por encaminhar ao Brasil 85% dos defensivos agrícolas que o país necessitava, mas, com o início do conflito, veio o receio de Moscou não conseguir manter o volume para o produtor rural.
Agora, o atual ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comunicou, no Twitter, que o Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert) voltou a ser reestruturado e que o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) será retomado com, extamente, a mesma meta.
A ideia do Governo Federal é diminuir a dependência do Brasil de defensivos agrícolas importados, reduzindo as compras externas e, possivelmente, barateando o custo dos alimentos no país.
O decreto foi publicado por Lula na sexta-feira (5) e participarão do Confert, além do governo, setores da iniciativa privada e sociedade civil.
- O Brasil é um maiores produtores de alimentos do mundo e o setor responde por quase metade de todas as nossas vendas externas, mas pagamos um preço alto por isso já que para manter a produtividade das lavouras precisamos importar anualmente cerca de 40 milhões de toneladas de fertilizantes. Vamos reverter essa situação - escreveu Fávaro nas redes sociais.
O PNF quer reduzir a dependência em 50% nos próximos 30 anos.
Hoje, o Brasil compra da Rússia, Jordânia, Egito e Marrocos. É o 4º maior consumidor de fertilizantes dos mundo.
O Brasil, no entanto, tem reservas de potássio (matéria-prima dos defensivos) que podem garantir o abastecimento interno até 2100. Mas, boa parte delas estão em áreas indígenas de Sergipe, São Paulo, Minas Gerais e na Região Amazônica. E o Governo Lula já se mostrou favorável ao Novo Marco de Demarcação das Terras Indígenas, que está nas mãos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para decisão, e tornará uma área do tamanho da região Sudeste indígena sendo, portanto, inviável para exploração.