A chegada da Primavera no último dia 23 deve contribuir, como sempre ocorre, com uma melhora nos preços de bovinos em todo o país. A recuperação de pastagens, proporcionada pela volta das chuvas, também é considerada como fator importante para a valorização de preços
Consultores do setor apontam que as condições climáticas e a alta de insumos, entre 2021 e 22, ficaram entre os fatores de achatamento de preços.
Outros fatores foram aumento da oferta de animais, principalmente de confinamentos, e o achatamento das exportações
“As chuvas possibilitam ao produtor reter animais ou distribuir melhor esse fluxo, reduzindo a oferta e melhorando o preço no mercado”, avalia Alberto Pessina, da Agromove.
O consultor, porém, ainda teme interferência negativa da forte oferta de bois confinados. “No curto prazo, o mercado ainda está pouco ofertado, com exportações ainda fracas e confinamento recebendo mais bois. Isso me preocupa”, disse.
Marcos Araújo, da Agrinvest, concorda.
“Existe muito boi de confinamento para ser vendido ainda.. Com a chuva e a melhora de pasto deverá haver novamente maior oferta de fêmeas. Creio que o preço pode cair em outubro”, resumiu.
Retorno baixo
Apesar de queda nos preços de grãos, os custos para terminação intensiva de gado ainda não favoreceram o confinamento de animais. Segundo dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), o mercado trabalha com uma redução de 4,47% de animais se comparado a julho do ano passado, queda de 12,2% em relação ao consolidado de outubro de 2022.
Esse fator deve favorecer os preços se houver queda no número de animais confinados.
A maior abertura de novos mercados e aumento das vendas externas no último trimestre do ano seriam cenários perfeitos para o setor, como avalia Pessina. “O que falta ainda é uma melhora nas exportações. Talvez vamos sentir essa melhora no fechamento de setembro, após abertura de plantas. Até o momento os embarques ainda estão fracos em relação a 2022”, disse.
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