Redução das importações pela China não devem impactar agro brasileiro


O governo chinês tem reduzido investimentos em infraestrutura e no mercado imobiliário, e isso deve inibir as compras de commodities metálicas, entre elas as de minério de ferro, usadas como insumos na produção de materiais básicos da construção civil, segundo reportagem publicada pelo Estadão.
“Em julho, pela primeira vez em mais de dois anos, a China registrou deflação de 0,3%. Economistas do país disseram que o recuo é momentâneo, mas o índice se soma a outros indicadores negativos recentes, levantando dúvidas sobre seus efeitos para outros países, como o Brasil. O país asiático é o principal importador de produtos brasileiros”, diz a matéria.
E ressalta o expressivo recuo nas importações realizadas pelo gigante asiático:
"Também em julho, as exportações chinesas recuaram 14,5%, em relação a julho do ano passado, enquanto as importações encolheram 12,4% na mesma base de comparação. Além disso, no trimestre encerrado em junho, a economia da China cresceu apenas 0,8%, depois da alta de 2,2% registrada entre janeiro e março. Atualizado, o número corresponde a uma variação de 3,2%, o menor patamar em três décadas".
Os dados, sem dúvida, preocupam o setor de commodities do Brasil, com possíveis efeitos negativos na economia, considerando que a China é o principal parceiro e maior importador dos produtos do agro.
"No ano passado, a China respondeu por mais de um quarto das vendas externas do Brasil, que somaram US$ 335 bilhões. Desse valor, US$ 89,4 bilhões foram despachados para a China, sendo que quatro produtos ficaram com mais de 80% das vendas. Quem liderou o ranking foi a soja (US$ 31,7 bilhões), seguida pelo minério de ferro (US$18,1 bilhões), óleo bruto e petróleo (US$ 16,5 bilhões) e carnes (US$ 7,9 bilhões), apontam dados da Secretaria de Comércio Exterior:, ressalta a publicação.
Mas os especialistas apontam que os impactos serão reduzidos e talvez sequer sentidos:
“A desaceleração chinesa tende a afetar mais as commodities metálicas como minério do que o agro”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.
Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria, concluiu:
"O impacto nas exportações de alimentos é muito pequeno. Mesmo com o ritmo de crescimento mais comedido, certamente a demanda por alimentos não deve esfriar, pelo contrário: deve crescer, conforme a renda per capita do país for subindo”.
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Fonte: Estadão